O alarme tocou, "você não tem piedade" foi a única coisa que saiu da minha boca... Eu quase não tinha dormido na noite anterior por causa de algumas coisas que foram contadas à mim:
Eu estava lá, sentado no meu canto, a festa estava ótima, mas eu não conseguia mais ficar de pé, eu estava muito cansado, não dormia à dias. Todos estavam dançando, pulando, bebendo, mas eu não conseguia pensar em nada, eu estava sentindo algo muito estranho.
Derrepente eu vejo um homem baixo, de bermudas e sandálias, que não aparentava estar em boa forma. Ele foi se aproximando lentamente, e pediu uma taça de vinho ao barman.
"Eu não acho que temos vinho aqui senhor" respondeu o barman, enquanto eu o observava. Ele olhou para mim, e perguntou se eu queria algo para beber, eu disse que não, mas estava com sede, e não tinha mais dinheiro nenhum. Então eu mudei de ideia, e disse que gostaria de uma água. O barman voltou com um copo de água e uma taça de vinho, o que eu achei muito estranho, já que o barman disse que não tinha vinho.
O homem estranho começou a falar (comigo) sobre sua vida e sua família, até que ele perguntou "e você, não vai falar nada para o seu pai?". Uma onda de energia percorreu o meu corpo, enquanto eu lembrava o motivo de eu estar ali naquela festa, ao lado do bar, como eu faço todas as noites, em vários lugares diferentes: Eu procurava aquele que este homem afirma ser. Meu pai. Eu sempre morei com minha mãe, e sempre perguntei sobre ele, mas ela nunca respondia, e finalmente, depois de muito tempo o procurando, eu finalmente o encontrei (ou ele me encontrou), e não conseguia falar nada.
E essa é minha última memória de ontem, e hoje eu acordei aqui, neste lugar que me lembra algum tipo de acampamento, e ele etá lá jogando algum tipo de jogo com um homem de cadeira de rodas, enquanto uma menina loira lia um tipo de livro. Várias pessoas circulavam nesse grande campo, e eu podia ver uma árvore à distância.
Só então notei que eu cheirava à uvas, e quando olhei para trás, haviam 12 chalés, distribuídos numa formação em formato de "U" o último deles, o em que eu havia dormido.
Dirigi-me ao meu pai, que não me reconheceu. Falei sobre a noite passada, e ele me disse que na noite passada estava no acampamento, e mesmo se quisesse, não poderia ter ido à festa alguma, pois ele não podia sair do acampamento.
Eu não conseguia entender, mas não pensei muito sobre isso, só perguntei a ele qual era seu nome. E ele respondeu:
"me chamo Dionisio, filho de Zeus e Semele, e você, semi-deus, é meu filho".
Enquanto olhava para ele perplexo, ele sorria sarcasticamente, e o homem na cadeira de rodas disse "é tudo verdade, venha comigo tenho algo a lhe mostrar", e levantou de sua cadeira de rodas mostrando um corpo de cavalo.
Eu estava à beira da loucura, quando lembrei de minha mãe falando sobre um tal acampamento que queria me levar no verão, e sobre sua obcessão por mitologia grega. Comecei a ligar os fatos, quando o centauro que disse ser Quíron me levava à algum lugar.
Quíron falava sobre os deuses, e sobre Dionísio, e eu pensava sobre o fato de eu ser filho de um deus. Então, chegamos à um tipo de mansão. Quíron me pediu para que entrasse e subisse as escadas, e que havia alguém me esperando lá em cima. Mal eu sabia que aquele que me esperava era o oráculo, e que ele (ou ela) me contaria tudo sobre mim que eu não sabia, enquanto me mandava para uma missão. Uma missão para recuperar minha meia-irmã, que havia sido sequestrada.
Mas essa história fica para outra hora, pois agora eu preciso treinar um pouco
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